
Finalmente consegui me livrar da gripe que vinha me acompanhando nos últimos dez dias! Existe um certo drama envolvendo shows e gripe. Recentemente , estivemos gravando o disco e os prazos estavam super apertados, na época eu ia dormir todo dia falando alto comigo mesmo, por favor, nada de gripe, nada de gripe. Ficar gripado me obrigaria a gravar gripado e as sessões de gravação foram bem puxadas em função dos prazos. Quando terminou a gravação eu agradeci aos deuses do rock pela proteção. Pouco tempo depois, lá estava ela, a gripe. Me lembro que acordei e pensei foda-se, nem posso reclamar. Até por que o show de lançamento é só daqui há 20 dias. Já estava ficando meio “cabrero” por que os dias passavam e nada. E hoje finalmente, estou pronto pros 3 últimos ensaios. E para o show. Ao longo dos 9 anos de banda, eu já passei grandes perrengues com shows e gripe. A única certeza que você tem nessas horas é que você vai subir e cantar. O que vai acontecer, o que vai sair, ai é outro papo! O problema é que as vezes a gripe escolhe a época errada. O consolo é sempre o mesmo. De todos os shows que eu fiz até hoje, um único eu não tive condições de fazer. Um show em Toronto em 1998, quando peguei uma virose violenta que fazia eu tossir e assoar sangue. De resto, gripado ou não, eu nunca deixei de fazer um show. Um outro caso de época errada , foi o Porão do Rock! Porra 20.000 pessoas, um grande momento de êxtase, e um ingrediente desnecessário diga-se de passagem para um show dessa grandiosidade. Me lembro que acordei de manhã e pensei : FILHO DA PUTA! E vc me pergunta, filho da puta quem? Eu nem saberia dizer, Filho da Puta alguém. Eu, a gripe, a garganta, sei lá quem! Sei que aquele dia quase “arriei” de tristeza e decepção. Me lembro que sai andando pelo albergue que onde estávamos hospedado e a minha sorte era que naquele dia tinha uma cia de teatro passando a semana e a cozinha estava cheio de mantimentos alheios. Olhei praquilo, era chá de sei lá o que com etiqueta Raquel, era sal escrito não mexer, tinha de tudo um pouco. Pensei e falei os nomes em voz alta: vocês que me desculpem mas minha cura está aqui. Peguei sal, gingibre, e mais tudo que poderia me ajudar... levei pro quarto e estanquei aquela dor de garganta na “porrada”. O show foi sensacional, e mais uma estória e mais um remédio pra mente. Toda vez que rola gripe ou algo do gênero eu me lembro daquele dia. Gripes a parte... amanhã temos ensaio. Amanhã temos também uma premiere do vídeo clipe de Lunático. Vou ver pela primeira vez o clipe que será lançado na festa do dia 24. Anteontem tivemos uma reunião com a equipe da Outra Coisa para acertar os detalhes da festa de lançamento do disco. Fiquei felizão de ver todo o esforço que há por trás da festa. Várias ações de suporte ao disco que eu não tinha me dado conta que seriam feitas, ou que tinham sido conquistadas. No início desse ano a gente começou a conversar sobre a necessidade de conseguir um esquema de lançamento que fosse capaz de levar o nosso rock pra mais gente. Levar mais longe através de distro e através de divulgação mesmo. E por isso acreditamos que a OUTRA COISA seja uma ótima opção! Ótima opção por que a gente figura entre grandes nomes já lançados pela revista e artísticamente é gratificante, ótima por que leva nossos cds a dezenas e dezenas de cidades, ótimo por que tem um preço bacana e ótima por que existe uma equipe que trabalha pela divulgação! E como banda indie isso é motivo de orgulho. Se por um lado não levantamos bandeiras quanto ao fato de ser indie e de conseguir manter a banda ativa e tocando após tantos anos, por outro lado, é motivo de se orgulhar e de comemorar. Cá estamos nós vivendo mais um ano de rock, vivendo mais um disco, vivendo mais “estrada”. Paz e Rock! Na foto equipe Cinerama no dia de filmagem do clipe.