Pular para o conteúdo principal

PLAY REC entre amigos!



Rolou!  Ontem estive no “Escritório” estúdio carioca da gravadora Transfusão Noise Records para gravar quatro músicas inéditas. Fazia dois anos que eu não entrava num estúdio para gravar, desde o Panama, último disco que fizemos com o CARBONA. De lá pra cá, tivemos uma desaceleração nas atividades do CARBONA, Pedro e Bjorn foram morar fora do Brasil, e me vi um pouco distante, não da música por que são 8 horas de audição ininterrupta no trabalho como fã de música, mas como alguém que faz música. Há alguns meses atrás, encontrei o Melvin numa viagem que fiz e curiosamente acabamos jantando e vendo King Tuff, Frank Turner juntos, e conversamos um bocado sobre música. Naquela ocasião falei do quanto sentia falta de escrever, compor e gravar, mais até mesmo do que estar no palco e de como vinha alimentando uma idéia de buscar um formato mais solto, com maior compromisso com essa vontade de sentar no quarto pegar a viola e viajar até o espaço criativo onde nascem as canções do que qualquer outra coisa. Nesta busca de algo mais solto veio a idéia de compor, gravar singles, eps, me juntar com amigos, gravar parcerias, e aproveitar os dias que se apresentam generosamente dia apos dia para viver com eles a música. E neste sentido, a gravação de ontem teve um sentido muito mágico, que foi concretizar uma idéia que aparecia em várias mesas ao lado de dois grandes amigos: Melvin e Cris Cafarelli. Melvin, vocês sabem, baixistasso do CARBONA com quem toco há quase 18 anos e a Cris Cafarelli é amiga de
 looooooongas jornadas, com quem já aprontei um bocado ( a Gávea saberá dizer  ) e com quem muito me orgulho de gravar junto por ser , além de uma musicista de mão cheia talentosíssima, um exemplo de persistência! A Cris faz parte daqueles loucos que falaram quero viver de música, ser musicista, fez facul de música, ralou anos e agora está ai num palco perto de vocês ao lado de uma pá de gente bacana. Bacaníssima eu diria. Assim como o Melvin, a Cris também me pilhou muito em conversas dominicais lá em casa onde ela disse “cara, trago meu ipad, a gente vai fazendo um som e eu te ajudo”. E assim fomos nos encontrando e trabalhando nas músicas. 
 Sem Cris e Melvin estas músicas não teriam 1) a metadade da graça 2) a metade dos instrumentos J Melvin gravou baixo ali na hora, trocando idéia, conhecendo “por música” meu esquema de composição e Cris tocou de tudo um pouco teclado, guitarra onde devia e não devia ( quando comecei a errar o mais simples solo de 5 notas J ), escaleta, glockenspiel e por ai vai. E para completar vem o estúdio. Fiquei muito feliz de gravar com o Lê Almeida. Primeiro por que sou fã do trabalho dele. Se vocês não conhecem, fica aqui o convite para conhecer. https://lealmeida.bandcamp.com/ Neste link você consegue ouvir todos os discos dele. Segundo por que cheguei neste estúdio como uma resposta natural ao que estava buscando.
 
  Quando decidi gravar as músicas no formato violão e voz pensei: quero fazer um a gravação que retratre as músicas como elas nascem, como uma música de quarto mesmo.


Assim foram gravadas "Fotomontagem", ""Bom dia", "O Monstro que você criou" e "Um bom motivo para me orgulhar". Não queria dessa vez entrar num estúdio, pegar microfones multi hiper ultras, afinar vozes, e dar aquele brilho todo. Talvez tenha sido uma vontade de fazer algo diferente, talvez seja mesmo a vontade de fazer a coisa mais crua, talvez tenha sido a audição obsessiva de Guided by Voices, mas o fato é que assim foi e fiquei feliz de ter experimentado a gravação de ontem. Sem clicks, sem afinações de vozes, sem muito brilho, apenas as músicas, ali do jeito que vem, do jeito que gosto, do jeito que estranhamento gosto por que gravar ontem foi como se tivesse fazendo minha primeira demo. E o que eu mais queria eu consegui: sair de la com a certeza de gravarei outras mais. Muitas mais. Amanhã, passo no estúdio na hora do almoço apenas para ouvir a mixagem que será feita hoje e com mais alguns dias eu estuo pronto para lançar. A princípio sem formato físico mais espalhado em toda e qualquer plataforma de música digital. Deixo aqui algumas fotos de ontem! Paz!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VANS ZONA PUNK TOUR Diario 1

Olá amigos, estou em São Paulo e achei uma horinha pra contar como andam as coisas por aqui. Coloquei algumas linhas sobre os dias vividos na VANS ZONA PUNK TOUR. Em resumo eu diria que nesta tour a gente viveu talvez alguns dos melhores momentos da banda no palco ( Vila Velha é sem dúvida top 10!), esta tour tem sido também a mais "dura de todas", divertida porém cheia de horas de espera em excesso. Estamos ao lado de grandes bandas, revendo e fazendo amigos. Eis a estrada... DIA 1 : São Paulo, Hangar 110. Acordamos cedo, pegamos o ônibus pra Sampa. Primeiro show da Tour no Hangar. Achei isso bem legal por que estreiar com o pé direito numa empreitada dessas é fundamental. Nesta noite seriam apenas três bandas: CARBONA, Coligere e Mukeka di Rato. O show com 3 bandas funcionanou muito bem . No início achei que seria estranho tocar com duas bandas muito mais pesadas que a gente mas o show acabou sendo perfeito. Completa harmonia entre públicos diferentes e o Hangar mais uma v...

Copa e o Poeta, CDs no forno e Novos formatos 2!

Existe aqui no Rio, mais precisamente na Praia de Copacabana, uma estátua de bronze do Carlos Drummond de Andrade sentado em um dos bancos do calçadão, como se tivesse olhando as pessoas transitarem por ali. Algumas vezes já me perguntei por que não colocaram ele virado pro mar? Apesar que , dada a vasta diversidade do bairro, olhar o calçadão ali pode ser um grande passatempo! Mas isso não vem ao caso. Estava eu dirigindo pela Atlântica, sinal fechado e meu carro pára em frente à estátua do poeta, só que dessa vez ele não estava sozinho. Tinha um "cara" abraçado ao poeta falando com ele. O sinal era daqueles demorados e fiquei quase um minuto hipnotisado pela cena. Fiquei com a impressão de que aquele cidadão que argumentava e gesticulava, não recebia atenção semelhante há muuuuuuuuito tempo. E o poeta tava ali, na dele, ouvindo tudo sem perder a calma. Fiquei com aquilo na cabeça. Sem dúvida o ponto alto do dia. Mas vamos ao rock...hoje de manhã fui até o lugar onde estão ...

Caixa verde!

Geralmente vou pros ensaios com o Pedro de carona. Hoje sai de casa um pouco mais cedo, peguei um ônibus, chegando à porta do estúdio uma Antarctica. Quente pra car**** aqui no Rio, brisa batendo, esperava os Carbona chegar olhei pra baixo e me deparei com a minha caixa verde, "olhando" pra mim. Esta caixa me acompanhou se não em toda estória da banda, pelo menos uns bons 10 anos. Eu digo que ela é meu roadie. Me ajuda com tudo que eu preciso na hora do show. Ou quase tudo. Corda, cabos, palheta, regulagens de amplis anotados dos lugares que a gente mais costuma tocar. O Carbona viaja sem roadie. Gostaria de tê-los por perto, mas a gente se vira com a caixa (risos). Semana que vem vamos com o Carbona para Uberlândia. No sábado, dia 5, precisamente faremos show em um lugar chamado Coliseu Hall. Faremos o primeiro show de 2011. O primeiro show de mais um ano como parte de divulgação do último disco que gravamos, o "Dr. Fujita contra a abominável mulher tornado". No ...